Uns países maiores (mas se calhar não tão maiores em mentalidade) deram-lhe dinheiro. E o país pagou aos pescadores para não pescarem, aos agricultores para não cultivarem. Pagou a maior rede de auto-estradas da Europa. Os hospitais ainda eram velhos, havia escolas primárias em que todas as turmas estavam na mesma sala e não havia cantina, a taxa de natalidade caía a pique porque as pessoas não tinham como sustentar crianças.
Mas este país era bom a uma coisa. Futebol! Gostava muito disto. Muitas vezes, o futebol abria o telejornal. E então tiveram uma ideia. Fazer um Campeonato Europeu cá. Para isso, fizeram sete novos estádios e renovaram três. O Campeonato foi um sucesso, supostamente, mas toda a gente se queixava que o governo gastou demasiado nos estádios. Enquanto os clubes faliam ou desciam de divisão e os estádios ficavam às moscas.
Não fizeram nada. Só falaram nos cafés. Enquanto o país afundava.
Muitos anos depois, um dos países que saiu dos descobrimentos de 1500 e troca o passo caiu na mesma esparrela dos estádios, enquanto escolas, hospitais e tudo o que faz uma sociedade o que ela é continuavam na miséria. O país, não sendo "dos brandos costumes", revoltou-se. Fez finca-pé. E o outro apoia o país irmão, está solidário com os protesto
Mas não fez nada acerca do que se passava lá.