18.6.13

era uma vez...

... um país. Este país tinha um bocado de complexo de inferioridade por ter feito uns descobrimentos em 1500 e troca o passo e desde então nunca fazer muito. Era pequeno de território; era pequeno de pessoas; e sobretudo, era pequeno de mentalidades. Por ser pequeno gostava muito de bater recordes: maior feijoada; maior pão de ló; maior ditadura de direita de sempre ditadura de direita mais longa do séc XX.
Uns países maiores (mas se calhar não tão maiores em mentalidade) deram-lhe dinheiro. E o país pagou aos pescadores para não pescarem, aos agricultores para não cultivarem. Pagou a maior rede de auto-estradas da Europa. Os hospitais ainda eram velhos, havia escolas primárias em que todas as turmas estavam na mesma sala e não havia cantina, a taxa de natalidade caía a pique porque as pessoas não tinham como sustentar crianças.
Mas este país era bom a uma coisa. Futebol! Gostava muito disto. Muitas vezes, o futebol abria o telejornal. E então tiveram uma ideia. Fazer um Campeonato Europeu cá. Para isso, fizeram sete novos estádios e renovaram três. O Campeonato foi um sucesso, supostamente, mas toda a gente se queixava que o governo gastou demasiado nos estádios. Enquanto os clubes faliam ou desciam de divisão e os estádios ficavam às moscas.
Não fizeram nada. Só falaram nos cafés. Enquanto o país afundava.
Muitos anos depois, um dos países que saiu dos descobrimentos de 1500 e troca o passo caiu na mesma esparrela dos estádios, enquanto escolas, hospitais e tudo o que faz uma sociedade o que ela é continuavam na miséria. O país, não sendo "dos brandos costumes", revoltou-se. Fez finca-pé. E o outro apoia o país irmão, está solidário com os protesto
Mas não fez nada acerca do que se passava lá.

11.6.13

“Estudar até ao 9.º ano e depois começar a tourear. Mais do que o 9.º ano não” - João Moura Jr.

Sabem donde vem o nome "bulldog"? Então é assim, no séc XV, começaram na Inglaterra a criar cães para fazerem "bull-baiting", que basicamente era largar cães a um touro com o propósito de o imobilisar. Isto foi proibido com o Cruelty to Animals Act de 1835.
Então aqui em Portugal e em 2013, esta aberração deve ser proibida, certo?
Errado.


Esta imagem veio do facebook do "cavaleiro" João Moura, Jr, tirada deste blog uma vez que já não se consegue aceder directamente às imagens (coragem para enfrentar touros, não para enfrentar os defensores destes)

E já agora, uma entrevistazinha ao senhor (podem ver a reportagem completa aqui):
Jornalista: Gostas de animais?
JMJr: Gosto de cavalos, touros.
Jornalista: Achas que gostas de toiros?
JMJr: Gosto, gosto de toiros.
Jornalista: Mas estás disposto a andar a espetá-los?
JMJr: Sim.
Jornalista: E a eventualmente a matá-los?
JMJr: Pois, a matá-los também.
Jornalista: E achas que isso é maneira de gostar?
JMJr: Não sei, mas é a profissão. Tem de ser assim.
Não, Joãzinho, não tem de ser assim.


(Antes que me venham com merdas de "ah tu comes bife e o carago", a vaca que de vez em quando como foi electrocutada de maneira menos cruel possível  e serviu para me alimentar. Não andou com ferros lantejoulados espetados na carne para entretenimento dos demais.)

10.6.13

não me sinto muito patriótica hoje

Uma ideia bonita era o Aníbal condecorar simbolicamente um(a) operário/(a), trolha, agricultor(a), empregado(a) doméstico(a), pai/mãe de família, pessoas que fazem Portugal, não só patrões e Fernandos "Corremos com eles à pedrada!" Ruas.

2.6.13

socorro, estou apaixonada

por um velhote russo que morreu há 40 anos. Obrigada por me dares uma sensação tão boa como a de estar num jantar e querer ir para casa só para ler.


(Ele escrevia em papelinhos, deitado. My kind of guy.)
(Quem jogava Pokémon que faça uma piada.)