29.7.11

quando eu tinha dezassete

At seventeen - Janis Ian by queenamidala1121

... esta era a minha música de "cortar os pulsos". Descobri-a quando estava à procura no disco externo da música  pela "Edge of Seventeen" da Stevie Nicks.

letra de médico

A partir de segunda-feira, as receitas de medicamentos terão de ser obrigatoriamente electrónicas.

Nas faculdades de Medicina, as cadeiras Gatafunho I e Gatafunho II vão acabar, assim como nas faculdades de Farmácia as cadeiras Introdução aos Hieróglifos e Adivinhação.

28.7.11

passar pelas brasas

Ao que li na Nova Gente, a Sónia Brazão ligou os quatro bicos do fogão a gás e o que provocou a explosão foi ela acender a máquina de lavar. Quereria ir para o céu sem roupa suja por lavar, como se diz, de consciência limpa? Pois, mas agora ficou com um prédio a parecer uma casa de bonecas.

27.7.11

agora 30% mais absorvente!

No verão, tudo fica mais estúpido. Os livros de ler na praia, os jornais com a política a meio-gás e a televisão nem se fala, incluindo a publicidade.
Ao fazer zapping acabei de passar por um anuncio da Tampax em que jovens adultas de imagem socialmente atraente conviviam na piscina. Uma rapariga loira e bronzeada sai do seu grupo, sorrindo como se dissesse silenciosamente "volto já". Abre a mão que estava num punho cerrado, e mostra um tampão e aplicador num veranil cor de laranja. Um aplicador é algo que a esmagadora maioria das europeias não usa, e a Tampax quer aumentar esse mercado. Próximo frame: filmagem da rapariga da cintura para cima. Uma mão desce abaixo do nosso angulo de visão. -Vês? - Diz ela, nunca parando de sorrir. - É assim tão fácil. E como não tocas no tampão, é mais higiénico. (ai ca nojo, tocar num tampão)

Não compreendo o horror das pessoas em relação ao corpo das mulheres. Se os homens tivessem o período, haveria a revista Men's Truation, subsídios pagos de período, uma fundação para a cura das cãimbras uterinas. E conseguiriam ouvir a palavra sem parecem uma criança que ouviu dizer que ia comer bróculos ao jantar (isto aplica-se a ambos os sexos).

E agora, para acabar, PERÍODO PERÍODO PENSOS MENSTRUAÇÃO COÁGULOS. É altura de enfrentar o útero pelas trompas de Falópio.

26.7.11

avós

Os meus exemplares de avós exemplares, com uma tv nova
Hoje é Dia Mundial dos Avós. E considero que os avós são do melhor que há no mundo.
Eu não me dei bem com o infantário. Chorava muito, não queria estar lá. E alternava entre ficar com uma amiga da minha mãe, a quem eu gosto de chamar a minha ama irlandesa (é tipo uma British nanny, só que a beber e a fumar mais) e os meus avós. O meu avô incutiu-me um gosto enorme pela geografia e geologia, comecei logo a ficar obcecada com vulcões e capitais de todos os países. A minha avó fazia a única comida que comia e contava-me estórias de fazer chorar as pedras da calçada, da infância (perdida) dela.
Há gente próxima de mim que não nutre um especial carinho pelos avós - ou porque tinham dois pares deles, e passavam mais tempo com um (de se notar que eu nunca conheci os meus avós do lado paterno), ou porque pura e simplesmente não dava para gostar de pessoas que até rejeitar os netos faziam.
E eu não compreendo. Avós são aquelas pessoas que te dão um aperto de mão com uma nota lá dentro.
São aquelas pessoas que não te castigam e até te ajudam a fazer asneiras. Quando estavam a refazer o passeio em frente à nossa casa no Canadá e os trabalhadores foram almoçar, o meu avô encorajou-me a escrever em letras gigantescas o meu nome no cimento. Ainda está lá, se quiserem ver. Uma vez não tinha nada que fazer e pus-me a atirar lages de pedra e cimento do muro que segura o nosso campo do ribeiro que passa ali. Os meus pais deram-me aquilo que foi a maior descompustura da minha vida - o meu avô, o proprietário do terreno e do muro semi-dizimado, piscou-me o olho sem eles verem.
São aquelas pessoas que quando te apercebes pela primeira vez que as pessoas morrem e não voltam, nunca mais, te metem mais medo que se vão num suspiro. E aí, começas a passar mais tempo com eles e a sentir-te culpada quando não o fazes - e já a sentir a dor que vais sentir na hora que esperas que seja daqui a muito tempo.

25.7.11

porque toda a gente anda a fazer isto

Ninguém me pediu para fazer esta cena sobre livros, porque sou forever alone, mas vou fazer na mesma porque como sabem sou intelectualóide.


1 - Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?

Comprei o À Espera no Centeio de J. D. Salinger na minha primeira intérpida expedição à Fnac sozinha, tinha eu uns 16 anos, e calhou de ser num dos dias em que se passa a acção do livro, 17 e 18 de Dezembro. Todos os anos releio-o nessa data quase como um ritual, mas o Holden Caulfield continua a tirar-me do sério. Leio e releio Os Diários de Sylvia Plath, 1950-1962 antes de ir para a cama porque me acalmam.

2 - Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

Ai meu Deus, o Kerouac e o Pela Estrada Fora. Ainda por cima eu tenho a versão The Original Scroll, ou seja, tal e qual como a sua mente desarranjada o escreveu. Sim, é interessante vagubundear de um lado ao outro dos Estados Unidos à boleia e em vagões de comboio completamente pedrados, mas ler a mesma história mas com mulheres diferentes cansa.

3 - Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?


Não percebo este tipo de perguntas - é suposto interpretar-se como eu não fazer mais nada senão ler um livro até ao resto dos meus dias, ou tirarem-me todos os livros de minha casa menos um, e nunca mais ler nada senão esse? De qualquer das formas, escolheria um livro muito maçudo e difícil de ler, com mil e uma interpretações diferentes, e faria quase teses de doutoramento sobre eles. Nesta categoria inserem-se livros como a Bíblia (em todas as suas versões e livros), Finnegan's Wake de James Joyce e o inevitável Guerra e Paz.


4 - Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?

Olá! Gostava de vos apresentar a minha lista da Amazon! (ignorem as perucas, neste caso).
Por algum motivo desconhecido, nunca li nada do duo Miller/Nin e isso chateia-me de vez em quando, como por exemplo agora.

5- Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?

Os livros são estranhos na medida que quase todos acabam, não digo bem, mas sem pontas soltas, e sem explosões e beijos como no cinema. Por isso, os que me ficam na cabeça são os que ficam em aberto. Lullabies for Little Criminals, de Heather O'Neill (ainda não existe tradução portuguesa, mas se lerem inglês comprem-no, passa-se no meu bairro natal, que eu não sabia que era um ghetto); A Campânula de Vidro, da minha girl Sylvia Plath, em que a personagem Esther, que é somente um alter-ego fininho de Plath, diz que está curada para sempre da depressão, mas todos sabemos o que aconteceu à Sylvia. Por outro lado, o epílogo de Harry Potter e os Talismãs da Morte deixa-me com diabetes de tão fofinho e 2,5 filhos que é.

6- Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?

Se quê? Se lia em criança? Vou vos explicar. Eu tinha três anitos, e viemos de férias de Portugal. Estava eu no meu carrinho de bebé com sombrinha e li da montra dum talho "Carne de porco sem osso". A partir daí, não precisava da minha mãe para me ler os Dr. Seuss e os Shel Silverstein. Mais velhinha um bocadinho, adorava ler definições num dicionário enorme do meu avô que pesava no mínimo dez quilos. Lembro-me de pegar no A Morte de Carlos Gardel do Lobo Antunes quando tinha uns oito anos e sentir-me muito avantgarde, mas não percebi nada.
Descobri o Harry Potter e o Adrian Mole porque uma familiar minha mos emprestou quando estava sempre doente das amígdalas. Ainda sou mega-fã de Harry Potter, mas o Adrian Mole ressoa muito comigo porque a autora consegiu com que aquilo parecesse mesmo o diário de um rapaz pré-intelectualóide, pais a separarem-se e a juntarem-se e tudo. O Diário de Anne Frank não parecia ter uma voz tão autêntica. Foi a altura em que descobri um dos livros que continua na minha lista de favoritos, A Terra do Anjo Azul de António Mota. Gostava muito dos livros fininhos da Maria Teresa Maia Gonzalez, mas fazia-me confusão que todas as personagens morassem em Lisboa e tivessem empregadas. Fazia parte da leitura obrigatória os livros infantis da Sophia, mas detestava-os por serem sempre sobre meninas ricas e flores e "fáceis" demais para mim. Hoje em dia gosto muito da poesia dela. Ah, e adorava a série Diário da Princesa da Meg Cabot.
Os meus pais levaram-me a um psicólogo judeu na parte fina (e judia) da cidade, lembro-me de lhe perguntar porque usava um chapéu tão pequenino. Adiante. Os testes concluiram que estava num percentil altíssimo da inteligência lingística para a minha idade, que estava mais ou menos no normal no resto, e que na motorocidade estava muito abaixo. Ainda hoje tropeço nos próprios pés.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?

Não digo chato, mas o Dreamcatcher e o It de Stephen King são livros grossíssimos, de letra pequenina, e a escrita dele anda para trás e para a frente no tempo, assusta (literal e figurativamente) uma pessoa. Porque é que li? A trama era demasiado interessante e convoluta para deixar de lado.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.

A Câmpanula de Vidro, Sylvia Plath. The Collected Poems, Sylvia Plath. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Marquez. Jane Eyre, Charlotte Brontë. A Terra do Anjo Azul, António Mota. Middlesex, Jeffrey Eugenides. Even Cowgirls Get The Blues, Tom Robbins. Lolita, Vladimir Nabokov. E outros que não me lembro agora. Ide ver ao meu goodreads

9. Que livro estás a ler neste momento? 


O Mito da Beleza, de Naomi Wolf. Bastante maçudo de se ler, faz lembrar artigos científicos.

10. Indica dez amigos para o Meme Literário:

Er, eu não sei se tenho sequer dez amigos na blogosfera, ou sequer se me leêm. Matilde, Puga, Betânia, Rebeca, J*, Charlotte, Ricardo, Eliana, Cláudia, Ana ... e tu, que me lês. Sim, tu.



sobre o tamanho deste post:
Aquele Que Não Gosta de Saias Travadas says (23:23)
viraste professor Marcelo, foi?

24.7.11

O que se passou na Noruega foi uma tragédia, ainda para mais quando pensamos que ocorreu num daqueles países que imaginamos utopicamente, não fosse a falta de luz no Inverno. Matar >80 pessoas a tiro, com balas especifícas para causar mais danos internos, é uma barbaridade inédita.

Ainda para mais quando pensamos que o tipo era um nacionalista norueguês cristão da extrema-direita (se bem que escrever um manifesto de 1500 páginas em inglês não é muito zelar pela cultura norueguesa, não.)

E agora acho que tenho razão quando tenho medo do que PNRs, Le Pens e afins possam fazer.

23.7.11

fosses para o rehab

Aquele Que Não Gosta de Saias Travadas says (22:47)
a minha mãe perguntou-me se conhecia a Amy Winehouse
a saia travada says (22:47)
andaste na escola com ela
ela estava à tua frente e não conseguias ver para o quadro

22.7.11

para referência futura

Eu e Aquele Que Não Gosta De Saias Travadas elaboramos uma lista de motivos válidos para acabar uma relação. Aqui vai.

Ser gay. (quando a relação é entre dois heterosexuais.)
Meter cornos.
Andar na dróga.
Gastar o dinheiro no jogo.
Violência doméstica.
Idolatrar o D.Duarte Pio.
Ressonar (este último acrescentei eu agora)

21.7.11

inner beauty

Fui fazer uma eco por causa de umas dores pélvicas fora de época, se é que me entendem. O médico, como todos os outros que me enchem de gelatina fria e depois andam de sonda à procura de cenas fixes como teratomas com dentes, acaba por dizer que tenho os órgãos perfeitinhos, este até acrescentou "como num livro de anatomia". Pronto, pode-se mesmo dizer que a minha beleza é interior. Adiante.
E o que seriam as dores, Sr. Dr.?
- Ah, isso é o corpo a pedir filhos. Não estás para aí virada...?
- Eu até gosto de cerveja.
- Filhos. Não finos.

20.7.11

sabes que és meia hippie quando

... o teu amaciador tem como principais ingredientes água e papa de banana

é estúpido, eu sei

Mas fico montes de feliz quando alguém famoso na blogosfera me segue e põe no blogroll, principalmente se apareceram na Grande Reportagem e tudo.

Bem vinda, Luxury & Lust!


(só espero que não foste tu a pesquisar clorofórmio body shop para vir aqui ter)

19.7.11

ainda me dão esperança

Hoje, enquanto procurava secção de política e história da Fnac por um livro para oferecer a um amigo, quando ouvi uma criança atrás de mim com uma voz do que parecia de reprovação: "História?". Seguido de um "fixe!" animado.Não era reprovação, afinal era incredulidade.

Afinal o mundo não está perdido.

13.7.11

CCC

A Grécia tem um rating abaixo de lixo - está a um nível da bancarrota.

O que acontece quando um país vai à falência? Entram por lá a dentro e começam a tirar os bens?
Podemos ficar com a Acrópole?

4.7.11

a vida vai torta

Não sou fã dos Xutos. O nome irrita-me (ch, chutos é com ch, tudo é melhor com ch), nem sequer os vejo na noite Super Bock da Queima.
Mas hoje apercebi-me que a letra da "Circo de Feras" consegue descrever a minha vida ao pormenor. Ok, menos a parte do esperar ao fundo da rua.

2.7.11

"caros empregados: parem de comprar fatos Hugo Boss."

Fazer a mesma vida gastando metade - José António Saraiva (sol.pt)

Continuando o último post... agora reparo que este senhor é um dos donos do Sol que "subiu a pulso na vida" e que coitadinho, agora tem de pagar aos empregados. Isto não é mais que uma indirecta. De muito mau gosto.

descobri neste momento que a minha família deve estar no limiar da pobreza

Fazer a mesma vida gastando metade - José António Saraiva (sol.pt)

Leiam este artigo e pasmem-se. Aprendam marcas de água. Saibam que as empresas (e seus mártires, os patrões) têm que ser aliviadas, mas a classe média - esses consumidores desenfreados de Moët & Chandon e de Mercedes Classe E! - têm que sofrer.

Outro, que tal como a Margarida Rebelo Pinto (sim, já li dois livros dela, para minha infelicidade) vive no mundo das fadas Prada e unicórnios revestidos em cristais Swarovski e acha que tooooda a gente vive essa vida.