24.10.10

manifesto das que se sentam nos wc públicos

The Toilets Sessions (04) - Les Bourses (09) - 28Jul07, La Selle en Hermoy (France)


Caras companheiras do sexo feminino:

A menos que tenham uma ferida aberta nas nádegas e sejam imunocompremetidas, não vão apanhar nenhuma doença por se sentarem na sanita da casa de banho do shopping/faculdade/disconight.
Quanto muito, molham-se com as desagradáveis pinguinhas das meninas que fazem ali uma ginástica para levitarem um pouco acima do repudiado repouso. Não podiam limpar, ao menos?
Pior e mais incompreensível ainda, as que querem levar a experiência do mato para o mundo urbano. Põem os pés em cima do assento e ali se agacham. Que bucólico, só falta um arbusto e uma cobrita ou outra. Esta espécie indentifica-se pelas marcas das All-Stars que deixam na sanita.
Depois há as variantes.
As criaturas sem-alma que cobrem tudo com camadas e camadas de papel higiénico; enquanto os seus glúteos assentam sobre quase-nuvens, cedros e eucaliptos choram pelos seus filhos perdidos.
As que fazem tudo por tudo para não tocarem na malfadada cerâmica mas depois não lavam as mãos, ou o que parecia ser moda na minha escola secundária, o passar as pontinhas dos dedos por água fria durante dois segundos para não parecerem porcas.
“Ah, mas eu lavo muito bem as mãos depois”. E depois abres a porta com... as mãos. Onde estiveram outras mãozinhas de pessoas que ao contrário de ti, não lavaram as mãos. As bactérias são sempre mais espertas. As bactérias vão dominar o mundo. Mas não as tuas nádegas.

16.10.10

coerência, ou a falta dela

Ontem, nas Tardes da Júlia, depois de entrevistar senhoras anoréxicas e bulímicas, veio o senhor brasileiro do VivaMelhor! apregoar um xarope de 45€ mais portes que formava um gel no estômago que saciava a fome e depois "limpava as toxinas do intestino" (leia-se: era um laxante) para emagrecer. E depois entrevistaram uma mãe de três filhos bulímica.

E pronto.

12.10.10

nem eu, pá, nem eu,

Ontem num comboio apinhado de gente, um gajo magríssimo de camisola de mangas caveadas pintalgada de sangue na frente, com uma tatuagem que dizia "SEXO" em letras que faziam lembrar balões, murmurava para si mesmo "não gosto de ninguém, não gosto de ninguém, não gosto de ninguém..."

10.10.10

Il pleure dans mon coeur comme il pleut sur la ville - Verlaine



(nota: para quem está a ler isto no Google Reader ou semelhante, tem que ir à entrada no blog mesmo para ouvir as músicas, tá?)
E isto é o que eu tenho ouvido enquanto estudo e a chuva bate na janela, ou então quando tento dormir e a chuva bate no telhado de zinco. (Telhas são pouco poéticas, a meu ver). Mesmo que não tenha razão para estar melancólica, estou, então, é o outono, é tipo a época especial para sermos emos, tal como a época de caça. É a época de caça à felicidade, e ela que parece tão inatingivel e ali tão perto ao mesmo tempo.

8.10.10

Ontem à noite tinha uma ideia na cabeça para escrever aqui, mas não a apontei e pronto, aqui estou eu com nada para dizer. Deve ser o contrário de writer's block.

Olha, parece que está a chover.

3.10.10

sibling rivalry, part II

Recebi queixas por parte dos leitores sobre o último post. Portanto, o que a minha mente retorcida pensou foi que a miudinha já era toda psicopata e tinha ciumes do irmão, por isso quando a mãe estivesse menos atenta ela o ia ferir mortalmente com o pau e dizer que foi um acidente.

E pronto, eu entendo se já não querem ser meus amigos.

(A minha vizinha esquizofrénica contou à minha mãe que Deus a violava todas as noites. Coitada, e ela que se estava a por tão bem com os medicamentos...)

2.10.10

sibling rivalry

Ontem passei por uma mãe muito bem vestida, a empurrar um carrinho de bebé, com um infante azul feliz e a dormir lá dentro. Pela mão, uma menina de cor-de-rosa, com um pau grande e retorcido na mão.

Terei sido só eu que fiz a associação macabra na minha cabeça? Ou será a mãe muito burra e ainda toldada pelas hormonas da maternidade feliz e de classe média-alta?