24.12.14

reflexões natalícias, 2014 edition



(tomem lá música sobre bater no Pai Natal. )

1. Este ano a música da Popota foi mesmo muito pouco catchy. Estava à espera de um cover natalício da Anaconda da Nicki Minaj.

2. Meter a prenda num saco da loja e agrafá-lo não é um embrulho, não tentem fazer com que pareça.

3. Coisas que precisam de acabar em 2015:

  • Violetta
  • Frozen
  • Minions 
este último muito importante, uma vez que não são só meninas de seis anos, tudo que está vivo e mexe tem um raio duma capa de aifone com o caraças do cíclope amarelo.

18.11.14

tenho sentimentos feridos

O que acontece quando três comediantes medíocres acham que mais ninguém em Portugal vê uma série sobre artistas folk neo-zelandeses, e além disso devem ouvir mal?

Acontece isto.




(Como referência: https://www.youtube.com/watch?v=6lg51dzWHJE )

28.10.14

Quando saí da escola secundária, pensei "ok, a minha vida pode ser uma merda daqui para a frente, mas pelo menos nunca mais vou ter Ed. Física". E assim continuei muitos anos, sem nunca ter contacto involuntário com objectos esféricos em movimento parabólico.
Até que a professora de alemão que é alta hippie decide que um excelente exercício é andarmos a atirar uma bola bastante pesadinha e perguntarmos uns aos outros como nos chamamos e que idade temos.
Nem me desviei tipo George Bush nem nada.

20.10.14

guten abend

Comecei a ter aulas de alemão.
A verdade é que nunca tinha aprendido verdadeiramente uma língua na escola, inglês é a minha língua materna e francês o que cresci a ouvir, não fazia a mínima ideia da sensação de não fazer ideia do que a professora está a dizer.

A definição de schadenfreunde é quando há chuva torrencial e não um, não dois mas três colegas só encontraram estacionamento a 20min do instituto e tu andares 20 metros e apanhares um autocarro que convenientemente ia a passar.

A definição de Portugal é quando a professora diz que quase não há centros comerciais na Alemanha e tu vês o cérebro de um colega a fazer um curto circuito, Ou cinco minutos depois, em que um colega engenheiro pergunta como se tratam os doutores e os engenheiros, e ela diz que é só Herr ou Frau. Juro que vi nuvens-cogumelo reflectidas nas pupilas dele.

17.10.14

Boas notícias: António Costa é o político melhor avaliado pelos portugueses, ultrapassando até Jerónimo de Sousa (sabem o quão difícil isso é?)
´
Más notícias: Em terceiro vem o Marinho Pinto.

13.10.14

Hoje ao meu lado no comboio iam quatro meninas adolescentes. O meu mp3 tinha ficado em casa a carregar, e eu confesso que adoro ouvir conversas dessa faixa etária, fazem-me sentir jovem, embora continuo sem fazer puto do que é um Snapchat.

Então ficam a saber que casas de correcção tipo, são fixes, porque o estado dá-te dinheiro e moras com as tuas colegas e tens direito a ir à piscina municipal.

Depois elas saíram na minha paragem, e a modos que parece que centros de detenção juvenis são melhores que viver onde vivo.

12.10.14

guacamole

Antes de começarem, vou vos dar uma música para ouvir enquanto leêm:



Gira, não é? Bem, ontem fiz guacamole. Ver futebol ou filmes acho que requerem sempre alguma coisa para petiscar, e desde que dei uma festa no Verão que viciei em guacamole e tenho feito quase todos os fins de semana. Cumpre os requisitos necessários: é de comer à mão e vai bem com cerveja.
O guacamole é uma pasta à base de abacate, de origem mexicana que remonta ao tempo dos Aztecas; Como podem imaginar, há inúmeras maneiras de a fazer (mas garanto que nenhuma delas leva maionese, como alguém me sugeriu).


Vão precisar de:
1 abacate bem maduro (isto é, casca bem escura, quase preta)
Coentros (podem ser frescos, congelados ou secos, tanto faz)
Malaguetas (A verdade é que deveriam ser jalapeños. Já os usei, assim como piri piri em pó e malaguetas secas)
Sal grosso
1 Lima (fiz batota, como irão ver a seguir)
Alguma coisa para comer com o guac: nachos, batata frita, tostinhas, vegetais,etc. Eu uso pão naan como irei falar mais à frente.

Com a faca, cortam os coentros e a malagueta (e uma só chega, ACREDITEM) com o sal grosso, até ficar tudo esmagado. Também podem (ou devem) usar o almofariz se tiverem; este método é para dar cabo das facas. Abram o abacate a meio e reservem o caroço. Deitem o abacate numa tigela ou tupperware, com a mistela previamente feita, espremam o sumo de lima e misturem com uma colher ou garfo. Sobre a lima: esqueci-me delas, não ia sair de casa por causa dela, e fui ao quintal buscar um limão, ainda verde, só para compensar. Eu sei, eu sei que é diferente, eu também bateria em alguém se me pusessem limão no gin tónico, Foi o cabo dos trabalhos para espremê-lo,mas não notei muita diferença no paladar.

À beira do limoeiro ouvi piar - uma mãe galinha (irónico, não é) tinha picado e meio que enterrado esta coisita que agora está em cima de uma botija quente a ver se arrebita.

Provam com o dedo (o guacamole, não o pintainho) e acrescentem sal e coentros se necessário. Pegam no caroço e metem no meio da tigela, que parece que previne a oxidação.

Eu pessoalmente gosto de metê-lo no frigorífico umas horas antes da hora da papa, e como com pão naan aquecido. O que é pão naan? É um pão chato indiano - comi uma vez num takeaway indiano e amei, e procurei maneira de o fazer em casa, mas parece tudo muito complicado. Até que um dia lá estava ele no LIDL local, na secção da comida asiatica. Lá há normal, de ervas aromáticas e um de côco e passas que já trouxe por engano mas é bom ao pequeno almoço. É suposto aquecê-lo no forno mas ain't nobody got time for that por isso rasgo-o ao meio e meto na torradeira, e não é que fica bom? Depois o contraste entre o fresco do guacamole e o quente do pão é divinal. A maioria come com nachos, mas eu peço desculpa, não como nada laranja radioactivo.

Se vos sobrar, metem no frigorifico com película por cima. Eu já o usei de Sábado para Terça e fica só mais acastanhado em cima, mas como veêm não morri. Eu gosto de o por em sandes de frango e levar para almoço.

E prontes,  uma sopa antes do jogo, comem isto com uma Somersby fresquinha e não há dois golos da selecção francesa que vos tirem o ânimo.


7.10.14

gadanhas

onychophagia 
É sabido que sou roedora de unhas. Não me lembro de alguma vez não as ter roído. A minha professora de português do 10º ano queria que eu escrevesse o Manifesto do Roedor para ler na aula. Pois não fiz, já era a rainha da prochristinação, por isso isto agora é penitência, S'tora Manuela Vegan A-Água-Tem-Sentimentos.
Roer as unhas é um vício difícil de deixar. Eu costumo comparar ao cigarro, mas pior. Porquê? Ora, há restrições para o tabaco, para as pessoas não fumarem tanto. Com as unhas não. Não posso fumar num bar, mas posso roer as unhas. Se calhar não tenho 4€, mas roer as unhas é de graça. Além de que para quem quer deixar, não há apoios. Não há chicletes nem adesivos de unhaca. O cigarro, principalmente até aos anos 90, tinha glamour e estava na moda, coisa que a onicofagia nunca teve. Imaginam o Lucky Luke de polegar na boca? Ou a Audrey Hepburn (ainda por cima de luvas)?
Nas minhas tentativas, já fiz de tudo:
Era pequena e o meu pai pôs-me tabasco nelas. Com o tempo, fui me habituando ao sabor e talvez seja por isso que ninguém consegue aguentar o meu guacamole. Mais tarde, arranjei verniz com sabor amargo. O problema é que este sabor passava para TUDO, e não só para comida de comer à mão.
Quando andava no 9º ano, chegou a moda das unhas de gel. Uma amiga da minha mãe disse-lhe que seria o perfeito para eu deixar. E assim fi-las, num quiosque manhoso no meio de um corredor de shopping manhoso. Agora imaginem, uma miúda com o fato de treino de colégio privado, aparelho, óculos e cabelo pela cintura com altas garras de manicure francesa, que a cachopa nem teclar no msn podia. Andei com elas uns bons meses. Quando as tirei, estavam bem grandes, a senhora manhosa do quiosque manhoso insistiu para pintá-las de laranja néon (a minha cor preferida era preto, ela queria cor de rosa, chegamos a um compromisso) Depois como é natural de unha de gel manhosa, estavam fraquinhas e partiram logo todas.
Depois li sobre comportamento animal e decidi que ia associar roer as unhas a algo mau. Pus um elástico no pulso e quando dava por mim a roê-las, TAU!, puxava o elástico. Desenvolvi umas pisaduras bem engraçadas e difíceis de explicar.
Agora tenho aparelho nos dentes de baixo pela primeira vez na vida, e descobri que para além de não conseguir comer milho na maçaroca, não consigo roer as unhas. Bem, com um bocadinho de jeito, talvez lá ia, mas nem quero pensar. Estão a crescer! Li uma vez no livro do Guinness que a mulher com as unhas maiores do mundo massaja-as com azeite todos os dias. Uma curta pesquisa pelo Google também me indica que vernizes com alho ou cravinho fortalecem as unhas. Agora tenho um frasquinho com azeite, alho e cravinhos ao lado da cama para esfregar nelas. De manhã o meu quarto cheira mais ao menos como se tivessem cozinhado umas gambas lá dento, mas hey!, se funcionar, ponho uma etiqueta a dizer "Produto Tradicional" e "Cozinha mediterrânica, agora também nas suas unhas!" e vendo a 25€ n'A Vida Portuguesa.

4.10.14

então é assim miguitos

Daqui fala-vos a saia travada do além.
Estou a gozar. Estou vivinha da silva, e mais do que quando era mais regular neste blog.
Muita coisa mudou.
Fui, pela primeira vez desde o ano de nascimento aqui do estaminé à minha terra natal. Lá nunca tinha sono, preguiça, irritabilidade. Será que toda a gente à minha volta é feliz e produtiva porque está a respirar o mesmo ar que lhe entrou pela primeira vez nos pulmões há vinte e tal anos? Será que toda a gente filha de avecs e camones sente o mesmo que eu? Não sei, mas irei ver.
Estive naquilo que é um dos mais prestigiados institutos de biologia molecular em Portugal, e aprendi muito, tanto a nível académico, como pessoal. Quando fiz testes psicotécnicos no 9º ano, recomendaram a área da investigação científica porque gosto de trabalhar sozinha. lolnão. Vão estar numa sala fechada 8 horas por dia com pessoas com feitios diferentes e é bom que aprendam a lidar com isso.
Mudei de casa. Na verdade, não, mas desde Maio que não durmo em casa dos meus pais. O meu avô tem doença de Alzheimer e a minha avó caiu como prenda de anos, e a minha mãe não é a supermulher que pensa que é. Como é? Bem, odeio aquelas histórias enternecedoras de velhinhos com Alzheimer. Digamos só que é como ter uma criança traquina, mas uma daquelas que vê o Preço Certo e ouve o terço na rádio.
Fiquei muito mais saudável. Consigo correr 20 minutos a 8,5km/h e levantar alguns pesos. Eu sempre me ri da máxima do "mente sã em corpo são" mas a verdade é que me sinto muito melhor e com mais energia.
Quanto às minhas resoluções de ano novo, apercebo-me agora que de facto, cumpri quase tudo. Mesmo que não apareça no blog, escrevo mais. Arranjo-me e gosto do que vejo ao espelho, nariz aquilino, olhito preguiçoso e tudo e tudo e tudo. Fiz das tripas coração e fui ao dentista, e agora tenho aparelho em cima e em baixo, que nem é o drama que era quando o pus há uma década (espero é que endireitem rápido que nem pensem que vou emigrar com isto)
Outras coisas não mudam. O projecto de que vos estava a falar - que por acaso, era um portal feminista associado a um programa de rádio - levantou, levantou e caiu que nem aquele drone da Marinha. Não entrei para mestrado. Continuo a estar numa relação à distância sem fim à vista - isto é, nem a relação nem a distância.

E porque é que fiz uma pausa não anunciada? Eu nunca entendi quem conseguia acabar ou por em pausa um blog, porque "há sempre um bocadinho de tempo". Pois é, mas entre estágios, acabar um curso, exercício, skypar com AQNGDST e pura e simplesmente divertir-me, às vezes havia dias em que chegava a casa e vestida e calçada, sentava-me na minha cama e só acordava horas depois de madrugada. Além de que não tinha nada para escrever - casa, comboio, aula, laboratório, enxague e repita se assim desejar.
Agora quero encher isto com fotos, com críticas a livros. Quero pô-lo todo bonito (quem perceber de headers e afins que se acuse) e quero interagir com vocês. Sim, porque depois de eu deixar de escrever uns tempos choveram na minha caixa de correio e no meu instagram mensagens "deixaste de escrever porquê? Gostava tanto de te ler..." Ah pois é bebé. COMENTASSEM! Eu não mordo! 

2.3.14

proposta para catálogo f/w 2014 micaela oliveira

Rita Pereira fotografada em diversos locais exóticos, como por exemplo:
  • o Bairro do Lagarteiro quando cortam a luz por falta de pagamento
  • Coreia do Norte
  • a baixa do Porto (produção em conjunto com aquela senhora que pede uma moeda para a sopinha)
  • uma parada gay ugandense
  • Caracas na fila para comprar arroz

14.2.14

Confissão:
Quando tinha 14 anos, como TPC de Inglês tinhamos que fazer um cartão de Valentine's Day para por no placard da sala de aula. Disse a toda a gente que não fiz porque era uma data fútil, sexista, consumista e fruto da globalização.
Na verdade, tinha-me esquecido.

12.2.14

Santos é um nome muito francês, oui oui baguette. Ó homem, há 50 anos estavas ilegal a viver na bidonville, a trabalhar por tostões 12 horas por dia e a ouvir "maudits immigrants", não venhas cá com merdas.


4.2.14

É de uma grande maturidade da parte de Fernanda Câncio estar num debate televisivo, mas sempre colada ao telemóvel, a ridicularizar os restantes participantes no Twitter.



Posto isto, aprovo a escolha de meias semi-opacas em azulão e mary janes, é muito arrojado para uma mulher nos seus quarentas.

1.2.14

regras da cozinha

1. Bebidas com menos de 10% de álcool não contam como álcoolicas.
2. Beber enquanto se cozinha não conta, independentemente do teor álcoolico.
3. Comida cozinhada por nós não tem calorias.
4. Os micróbios só saltam para a comida após 3 segundos de ter caído ao chão. 5, numa cozinha de restaurante.
5. Fiambre não é carne e pode-se comer às sextas, disse-me uma freira.
6. Cacau é uma fruta. Tabaco é um vegetal.
7. Contra-natura é um gato comer comida à base de vaca. Já alguma vez viram um gato selvagem a caçar uma vaca?
8. Alface não é um alimento. É simplesmente um vector para o molho que se lhe põe em cima.
9. A maneira correcta de se comer uma torrada é pelas duas fatias do lado, depois as do meio. Se estiver cortada ao meio, manda-se para trás porque isso não se faz num país civilizado.
10. A comida da avó é sempre melhor. Mesmo que os restantes não gostem.

29.1.14

e porque isto já mete nojo...

Fui revisitar os diários do meu ano de caloira, a ver se na altura critiquei alguma coisa sobre a praxe. Só encontrei uma entrada em que não percebi o porquê de não olhar nos olhos os doutores uma vez que em minha casa não o fazer é que era falta de respeito. E esta:

6ª Feira, 26 Setembro
Há uma semana que não ia às aulas de condução.
Moreira [instrutor]: Com que é que tens estado ocupada?
Eu: Praxe.
Moreira: Foste violada?

Não sei como é que na altura não fiz queixa deste cabrão, que ainda por cima era um péssimo instrutor.

18.1.14

ando-me a esquecer de depilar as sobrancelhas



(Não desesperem pela falta de posts! Tenho ~uma surpresa~ que será desvendada daqui a uns meses.)

14.1.14

A sério, quando virem alguém que conhecem, nem que seja só de terem uma ou duas cadeiras com ela, sorriam, digam "olá (nome), está tudo bem?"
Uma menina fez-me isso hoje no autocarro e fiquei feliz toda a tarde.

6.1.14

Finalmente, depois de sensivelmente uma hora, posso dizer que li aquele clássico juvenil que é A Lua de Joana. Lição a reter: fazer furos nas orelhas leva ao consumo de drogas.