13.3.15

a vida vive-se


Se a maioria das crónicas de JAS para o Sol me põe algo entre o riso por tamanha falta de noção  e a pura raiva por essa mesma falta de noção, esta dá-me alguma pena. 
A sua mãe não sabia o que era estar apaixonada, e para além disso, Saraiva sente-se orgulhoso por ser como ela. 
É uma vida muito triste, essa. 
Não falo só na paixão que se vê nos filmes, essa que não existe (felizes para sempre não inclui hipotecas nem perfis no Badoo). 
Pode ser uma paixão de 90 minutos, como as que eu tinha no secundário. 
Pode nem ser uma pessoa. 
Pode ser quando se olha para os olhos verdes e enormes de um gato no canil municipal, à espera de um dono, e já não se imagina a casa sem ele.
Pode ser quando se vê um par de botas numa montra todos os dias e se espera pacientemente até ao dia em que vêm conosco para casa (qual gato no canil municipal). 
O livro que fica em primeiro lugar na nossa lista de "melhores livros de sempre", e que não se consegue parar de o mencionar, como um namorado novo, até que encontramos um ainda melhor (também como um namorado novo). 
Uma cidade, em que nunca mais queremos voltar para casa, porque casa tem que ser ali.
 A sensação de andar de bicicleta com o cabelo ao vento, não sei, porque não sei andar de bicicleta, mas parece mesmo giro.

Nunca medi os passos. Tropeço, caio, mas antes de cair, voo. E levanto-me. E dou outro passo mal pensado. E não mudaria nada.



E se a Marta Leite Castro tem 15 namorados, olha, antes isso que nada. Ou que um que não a deixa sair.