30.6.10

não tenho culpa das coisas serem bonitas


non-party party, originally uploaded by f∞lish.
Hoje devo ter parecido uma trintona desesperada enquanto descia os Clérigos, a olhar para as montras das lojas de vestidos de noiva e das ourivesarias.

26.6.10

não consegues vencer

Estou na idade em que me perguntam "Então, tens namorado?".

Depois começa o "Quando é que te casas?"
Bates com a cabeça, casas-te, vêm eles com "Então para quando é o bebé?"
Nasce o rebento, e mal sais da maternidade é "E agora era bonito terem outro, para fazerem um casalinho"
Um acidente, e outro a seguir, e agora "Tanto trabalho que deves ter. Não achas três demais?"

Puxa à frente a cassete, e há o "Então? Já tens netos?"

20.6.10

gente pequenina

 "A mim, o que me vale, meu caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos".
José Saramago, a José Tolentino de Mendonça, 2009


Cavaco não foi ao funeral de José Saramago. O Governo Regional dos Açores recusou-se a enviar mensagem de condolências. Logo que comentei a morte na faculdade, alguém disse "Ele também não gostava de Portugal." (Há assim muito que gostar?). Porque é que há-de gostar de um país em que eurodeputados têm vergonha de serem seus compatriotas, vetam-lhe livros para concursos literários europeus porque "não representam o país e a sua cultura¹". Sinceramente, surpreende-me até que ele quisesse ser cremado em Lisboa.

Cá para mim, este desprezo todo a Saramago não se deve ao ser comuna/anti-Igreja/pro-ibérico mas sim à dor de cotovelo. Passo a explicar, nós não usavamos pontuação nas composições da escola primária, eram riscos a vermelho por todo o lado; Saramago não usa pontuação, pimba!, Prémio Nobel.

Para terminar, na minha opinião, Saramago leu e compreendeu muito mais a Bíblia do que muitos dos "católicos não-praticantes" que andam aí a mandar postas de pescada.



¹Cultura portuguesa: putas e vinho verde, aparentemente.

16.6.10

chapéus há muitos, parte II

chapéus há muitos

(Ascot, imagem via GettyImages)

Um dia os meus pais verdadeiros (que pertencem à monarquia britânica) vêm me buscar e eu vou às corridas de Ascot e aposto o dinheiro dos papás com um chapéu de ornitorrinco na cabeça.

13.6.10

biologia celular amanhã, ai ai.


Aquele Que Não Gosta De Saias Travadas diz (19:41):*note: all science is pretty when it's being shown and not so much when it's being done

11.6.10

cais e ainda levas por cima

O meu gatinho de um mês, agora baptizado Pipoca, caiu do sofá pela primeira vez. Não caiu de patas, perdeu logo ali 1/7 de vida. Pu-lo outra vez no sofá, e a mãe deu-lhe uma patada no focinho (literalmente).

10.6.10

E tu, o que é que farias por um...

Ontem andei 4km, de S. Bento ao GaiaShopping, para lá reparar que me tinha esquecido de fazer uma transferência para a minha conta corrente, ou seja, tinha saldo negativo. Lá andei eu mais 4km de volta.
O meu sistema cardiovascular agradece.

7.6.10

Feira do Livro

Que mal pensado, a feira do livro ser imediatamente antes da época de exames! Deveria ser no fim de Julho, assim eu já não me sentiria culpada por comprar livros que não posso ler antes de passar a todinhas as cadeiras  - que eu sou o tipo de pessoa que os compra e no comboio para casa já lê metade - e as outras pessoas podiam comprar literatura light para se ocuparem enquanto desenvolvem um melanoma em Agosto.
Só vi metade das barracas, metade desta ocupadas por sequelas d' "O Segredo" e "Crepúsculo", e já foi o suficiente para salivar. Saí de mãos vazias, devido a uma carteira em igual estado. Há tanto tempo que não comprava livros em lojas físicas (recomendo a quem lê a língua dos camones bookdepository.co.uk e amazon.co.uk, o primeiro tem portes grátis) que já não me lembrava do preço dos livros em Portugal, em especial os dos autores lusitanos. 15€ por um capa mole do Miguel Sousa Tavares, ainda por cima numa feira do livro? Hahaha. Ha.
Tenho que voltar lá qualquer dia e comprar o "Crónica Feminina", da Inês Pedrosa - não gostei das ficções dela, mas gosto das crónicas no Expresso e este livro já não se encontra em mais lado nenhum; e o "Cem Anos de Solidão", de Gabriel García Márquez, um dos que mais gostei, mas que como o pedi emprestado a uma amiga (olá Ângela!) não o tenho na minha estante BILLY. Quero viver em Macondo numa casa com um corredor de begónias e ter filhos chamados Aureliano e Arcádio.