2.8.11

slutwalk porto



É já dia 13 de Agosto, e nada me pode orgulhar mais do que um dizer aos meus netos "fui eu que comecei a mandar e-mails a organizações feministas para organizarmos uma no Porto." Sim, acabei de me gabar. 
E agora, se me permitem, vou fazer aqui um copypastezinho do manifesto.

"Um grupo de cidad@s informal, vem por este meio convidar-vos para se juntarem a nós, no dia 13 de Agosto de 2011, às 22h30, em frente ao Tribunal da Relação do Porto (Jardim da Cordoaria) e proceder ao percurso nocturno previsto: Tribunal da Relação, Piolho (performance), Rua dos Clérigos, Galerias de Paris, Praça de Ceuta, Aliados, Rua Passos Manuel e Praça dos Poveiros.

TRAGAM CARTAZES, DITOS, E ESPALHEM A PALAVRA!

13 DE AGOSTO, GALDERIXS JUNTEM-SE E MARCHEM!
22:30
13TH AUGUST, SLUTS ARE GOING TO WALK!


MANIFESTO
SlutWalk* PORTUGAL

Pela autodeterminação sexual em todas as circunstâncias

* SLUT, galdéria, desavergonhada, puta, descarada, vadia, badalhoca, fácil

Em Janeiro de 2011 um polícia afirmou em Toronto que as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas. A SLUTwalk Lisboa junta-se à vaga de indignação que esta afirmação causou um pouco por todo o mundo.

Recusamos totalmente a culpabilização das mulheres face a situações de violência sexual. Recusamos a cumplicidade com a agressão e com quem agride, seja pelo silêncio ou pela benevolência. Recusamos a objectificação e mercantilização dos corpos das mulheres. Mude-se as leis, mude-se quem agride. Mude-se a cultura patriarcal que diz às mulheres para não serem violadas, em vez de dizer aos homens para não violarem.

Mude-se a moral dominante, segundo a qual SLUTs somos todas nós, mulheres casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, heterossexuais ou lésbicas, bissexuais, assexuais, com ou sem companheirxs, monogâmicas ou não, com ou sem filhxs. SLUTs são todas as mulheres que não inibem gestos, emoções, desejos ou vontades, que vestem, falam e vivem de acordo com os seus próprios padrões, que se não vergam à moral dominante.

Se SLUT – galdéria, desavergonhada, puta, descarada, vadia, badalhoca, fácil – é uma mulher que decide sobre o seu corpo, sobre a sua sexualidade, e que procura prazer, então, somos SLUTs, sim!

Não queremos piropos sexistas, não queremos paternalismo, não queremos violência sexual. Dizemos não, por mais cidadania. Dizemos não, por mais democracia. Dizemos não, por mais liberdade.

Se ponho um decote… Não é Não!
Se pus aquelas calças de que tanto gostas… Não é Não!
Se uso burqa… Não é Não!
Se durmo com quem me apetece… Não é Não!
Se sou virgem… Não é Não!
Se passo naquela rua… Não é Não!
Se vamos para os copos… Não é Não!
Se me sinto vulnerável… Não é Não!
Se sou deficiente… Não é Não!
Se saio com xs maiores galdérixs…Não é Não!
Se ontem dormi contigo… Não é Não!
Se sou trabalhadora sexual… Não é Não!
Se és meu chefe… Não é Não!
Se somos casadxs, companheirxs, namoradxs… Não é Não!
Se sou tua paciente… Não é Não!
Se sou tua parente… Não é Não!
Se sou imigrante ilegal… Não é Não!
Se tenho relações poliamorosas… Não é Não!
Se sou empregada de hotel… Não é Não!
Se tens dúvidas se aquilo foi um sim, então… Não é Não!
Se és padre, imã, rabi ou pujari… Não é Não!
Se beijo outra mulher no meio da rua… Não é Não!
Se sou brasileira, cabo-verdiana, angolana ou de outro país que sofreu colonização… Não é Não!
Se tenho mamas e pila… Não é Não!
Se disse sim e já não me apetece… Não é Não!
Se sou empregada doméstica… Não é Não!
Se adoro ver pornografia… Não é Não!
Se ando à boleia… Não é Não!
Se estamos numa festa swing, numa sex party ou numa cena BDSM… Não é Não!
Se já abrimos o preservativo… Não é Não!

NÃO é sempre NÃO. Quando é SIM, não há ambiguidades ou dúvidas porque sabemos o que queremos e sabemos ser claras.

mais info:
http://slutwalkporto.wordp​ress.com/
slutwalk.porto@gmail.com "

1 comment:

  1. O único erro da Slutwalk é que não deveriam ser as associações feministas a organizar. Devia ser uma cena das pessoas em geral, tipo grupos de senhoras das igrejas, Misericórdias e afins (que prefeririam outro nome, claro - o que tirava metade da piada, mas dava o dobro da credibilidade).

    Ou podem continuar a convidar apenas os grupos minoritários de sempre das passeatas e continuarão a não ser levados a sério pelos machistas que, infelizmente, dominam os meios capazes de convencer o resto das pessoas de quem tem razão.

    É tudo uma questão de comunicação, no sentido semiótico da palavra.

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