28.9.10

a saia travada, agora também com poesia!

Escrevi um poema sobre a rua por onde tenho de andar para ter algumas aulas.

Rua estreita
E cheira a mijo

...
Pronto, e não tenho mais nada.

26.9.10

como é que eu sei que já é outono?


we are family, originally uploaded by stella-mia (on/off).
a) é 26 de setembro (o facto mais óbvio)
b) tenho frio
c) estou doente
d) estou a estudar
e) amanhã tenho de me pôr a pé às 6h30
f) há de facto, notícias na televisão e nos jornais
g) só me apetece ouvir Eels e Radiohead.

18.9.10

a cura para o cancro

Eu sei que sou copiona, Matilde e Puga, minhas colegas de curso, mas é tão relevante.

Vimos todos parar a este curso para sermos "investigadores". A cura para o cancro, a SIDA, a doença das vacas loucas, ou saber por que é que a torrada cai sempre de manteiga para baixo, eu sei lá. Trabalhar numa empresa farmacêutica, iupi!, vamos todos para a Bial.

A verdade vem ao de cima logo no fim de um semestre. Há emprego na investigação,há. Mas não vais descobrir a cura do sindrome de Morning Glory, não, vais estudar uma merda qualquer do citocromo ou da aquaporina, seres mal paga e ainda por cima a recibos verdes. Acaba o contrato que arranjaste de tantos CVs enviados, e vais para a rua, sem subsidio de desemprego, lol, não descontaste. Outro projecto. Mais trabalho, mais recibos verdes. Entretanto, tens 40 anos e não sabes se vais ter comida na mesa para os teus filhos, e tu que estudaste tanto e sabes tanto e trabalhas tanto.
Mais valia ires para a confecção e vender do catálogo da Avon para ganhar uns trocos à parte.

10.9.10

desabafo académico

Sinto-me como um futebolista excepcional. O Cristiano Ronaldo, suponhamos. A quem um dia lhe cortam as pernas. E depois o que é que ele é?
É nada.

Podia não ser bonita e não ter amigos, mas era boa aluna e isso bastava. Definia-me.
E agora?
Pensava que tinha deiado as duvidas existenciais na adolescência.
Parece que não.

6.9.10

lady lazarus

Chegou-me hoje às mãos - ou melhor, a minha avó atirou-mo à cabeça enquanto eu estava na cama às 8 da manhã - o livro que eu queria ler durante a minha escapadela espanhola, mas que não li, porque a amazon.co.uk é lenta, principalmente com livros usados. Os Diários de Sylvia Plath (1950-1962). Não sei se existe a tradução portuguesa disto, mas há do primeiro e último livro de prosa dela, A Campânula de Vidro, que é semi-autobiográfico. Leiam, pf.
Eu e a Sylvia somos manas. Ambas temos daddy issues do camandro, ambas perdemos um ano de faculdade por andarmos mal da cabeça, ela e o Ted Hughes (outro poeta, mas mais cabrão do que meu mano) passaram a lua-de-mel em Benidorm, e isso parece-me um sítio no qual eu passaria a lua-de-mel, porque sou forreta. (Não me perguntem como é que ela arranjou tempo para escrever o diário em lua de mel), e ambas metemos a cabeça no forno a gás para nos suicidarmos... espera, não, eu não fiz isso. Mas pronto.


Herr God, Herr Lucifer,
Beware.
Beware.

Out of the ash
I rise with my red hair
And I eat men like air.

-Sylvia Plath, "Lady Lazarus"

4.9.10

ando sentimental, caralho

Old People

Não há nada melhor do que ouvir a tua avó a contar como "a história completa" até à tua mãe ser feita, e afinal constatares que o namoro dos teus avós começou mais ou menos como o teu.
Excepto que eu não sou criada de ninguém.

-Avó, quanto é que lhe pagavam?
-Isso não se usava.

1.9.10

postcards from it..., er... spain

mi madre en azul I
A minha mãe, a olhar para o infinito e a desejar secretamente estar em casa com o aspirador e os gatinhos.
Esta noite já dormi numa cama que não se move quando me viro de noite, ou seja, a minha. Confesso que estranhei não ouvir o rugir do mar antes de finalmente adormecer, mar esse que desejei que tivesse um botão de off quando estava eu perto dele. Já o Variações dizia, "só estou bem onde não estou".

Ora bem, o que eu fiz lá, deixa cá ver.

Apanhei o pior escaldão de toda a minha vida de menina branquinha. O sal do mar (as lágrimas de Portugal?) ainda faziam doer mais. Só uma pomada de corticosteróides me aliviou. E sim, eu usei protector solar, factor 50.

Andei com os meus óculos de piscina a fazer pseudo-mergulho a ver se encontrava alguma coisa nas rochas entre os peixes primos do Nemo e as anémonas, mas nem uma concha bonita encontrei. Que raio de fauna forreta. Há dois anos em Maiorca eu e o meu amigo Gustavo encontramos uma nota de 10€ alojada nas rochas. Agora o meu ouvido direito dói com uma condição chamada ouvido de nadador. Porra, cheguei pior do que fui.


Tirei poucas fotos, confesso, porque não sou grande adepta da foto de paisagem a que o sítio se prestava. O pouco que tirei, acho que saiu bem, por isso visitem a minha galeria do Flickr e maravilhem-se.

Li O Grande Gatsby, de F.Scott Fitzgerald, estendida numa chaise longue à sombra. Recomendo a toda a gente, não só porque é uma referência da literatura mundial, mas principalmente porque os anos 20 são do cacete, e o Gatsby é um valente cabrão. Adoro livros sobre cabrões.

Ouvi a minha playlist oficial do Verão, que não muda muito há uns anos para cá, e experimentei os novos albuns dos Arcade Fire e dos The Walkmen. Do primeiro, só me ficou no complexo estribo-bigorna a Modern Man e a City Without Children. Talvez tenha a ver com este album ser baseado na infância de Win Butler em Houston, Texas, e não em Montréal (<3) como os anteriores. Acho Lisbon, dos The Walkmen, fraquinho. Vão ser sempre fraquinhos, porque nunca mais vão ter a Canadian Girl. Por esta altura já devem ter reparado o quão bairrista sou. Deste novo album, só me saltou ao ouvido a Angela Surf City. Como disse um comentador do YouTube, parece que Bob Dylan e os Clash tiveram um bebé e saiu isto.

Joguei muita Nintendo DS, principalmente jogos do Kirby, que RPGs não são muito veranis. Mas só no quarto, que o sol exterior não me deixava ver o ecrã.

Os hóspedes do hotel estavam praticamente todos distribuídos pelas faixas etárias que menos gosto, bebés e velhinhos. Era quase só espanhóis, e graças a Juan Carlos que as crianças espanholas são muito, muito bem comportadas. Palmas para nuestros sobriños.
A comida do hotel era pouco variada e saudável. Comi peixe (!) grelhado todos os dias ao almoço. De fruta só tinham melão e melancia, este último é uma delícia mas tambem diurético. Muito corri eu para a casinha das meninas.

E foi isto.

Reparei que nesta semana houve um pequenino mas para mim significante boom no número de seguidores deste blog, o que me deixa lisonjeada. Obrigada a todos, e um grande beijinho, se não tiverem herpes.