26.7.11

avós

Os meus exemplares de avós exemplares, com uma tv nova
Hoje é Dia Mundial dos Avós. E considero que os avós são do melhor que há no mundo.
Eu não me dei bem com o infantário. Chorava muito, não queria estar lá. E alternava entre ficar com uma amiga da minha mãe, a quem eu gosto de chamar a minha ama irlandesa (é tipo uma British nanny, só que a beber e a fumar mais) e os meus avós. O meu avô incutiu-me um gosto enorme pela geografia e geologia, comecei logo a ficar obcecada com vulcões e capitais de todos os países. A minha avó fazia a única comida que comia e contava-me estórias de fazer chorar as pedras da calçada, da infância (perdida) dela.
Há gente próxima de mim que não nutre um especial carinho pelos avós - ou porque tinham dois pares deles, e passavam mais tempo com um (de se notar que eu nunca conheci os meus avós do lado paterno), ou porque pura e simplesmente não dava para gostar de pessoas que até rejeitar os netos faziam.
E eu não compreendo. Avós são aquelas pessoas que te dão um aperto de mão com uma nota lá dentro.
São aquelas pessoas que não te castigam e até te ajudam a fazer asneiras. Quando estavam a refazer o passeio em frente à nossa casa no Canadá e os trabalhadores foram almoçar, o meu avô encorajou-me a escrever em letras gigantescas o meu nome no cimento. Ainda está lá, se quiserem ver. Uma vez não tinha nada que fazer e pus-me a atirar lages de pedra e cimento do muro que segura o nosso campo do ribeiro que passa ali. Os meus pais deram-me aquilo que foi a maior descompustura da minha vida - o meu avô, o proprietário do terreno e do muro semi-dizimado, piscou-me o olho sem eles verem.
São aquelas pessoas que quando te apercebes pela primeira vez que as pessoas morrem e não voltam, nunca mais, te metem mais medo que se vão num suspiro. E aí, começas a passar mais tempo com eles e a sentir-te culpada quando não o fazes - e já a sentir a dor que vais sentir na hora que esperas que seja daqui a muito tempo.

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