Quase há tanto tempo como tenho este blog que quero escrever sobre a revista Happy.
É um guilty pleasure, feito para mim que tenho pouco para gastar (é uma revista grossíssima por 2,50€) e muito para esperar num comboio.
Os temas são reciclados. Lipo-aspiração não-invasiva, perder dois quilos e ser feliz, sexo em grupo, histórias reais de mulheres (todas elas da classe média-alta e gestoras). As fotografias também, modelos esqueléticas no meio de um deserto, de olhar vago, mesmo que o artigo seja sobre experiências lésbicas ou a experiência de perder um filho.
A paginação deixa muito a desejar, muitas vezes tenho que andar uma página para trás e para a frente à procura do parágrafo seguinte.
Mas nem tudo é mau e subserviente à Santa Madre Igreja do Consumo e da Magreza (a sério, este mês houve um destaque de 6 páginas dedicadas à melhor sandália para cada tipo de
corpo). Esta edição contou com um artigo sobre falhar excelente (sabiam que Abraham Lincoln foi um fracasso político até finalmente ser eleito para o Senado, que as duas primeiras fábricas de Henry Ford faliram?). E sim, 50% da revista fala de sexo, mas pelo menos, ao contrário de outra revista que começa por C e acaba em N não tem sempre "500 dicas picantes para levar o seu parceiro ao rubro!!!" (ex.: "acaricie os seus testículos com um batedor de ovos!"). Não, aqui o sexo e o prazer é centrado no feminino, e isso camaradas, é progresso.
Ah, e é uma
pity que a cada duas
words tenham de espetar um anglicismo sem sentido
whatsoever.